O novo romance do escritor e jornalista José Rodrigues dos Santos, 48 anos, tem análises económicas exaustivas: diagnóstico da crise do subprime, avaliação da crise da dívida soberana, desregulação económica, processos de securitização, comportamentos dos mercados, cenários para saídas do euro, o problema principal da economia ("a deslocalização da produção para a Ásia")... Onde é que já (não) ouvimos isto? O thriller protagonizado pelo historiador Tomás Noronha, herói de anteriores romances de JRS, capaz de decifrar criptogramas elaborados e de enfrentar criminosos musculados com igual souplesse, parte desta premissa: o presidente da Comissão Europeia é nomeado juiz do processo judicial internacional aberto para investigar as origens da crise financeira e os especuladores com um plano secreto para destruir o Estado Social - considerados crimes contra a humanidade (onde é que nunca ouviremos isto?). A bolsa de valores dos vilões é enriquecida com uma seita satânica que busca um DVD comprometedor e a narrativa passeia-se pelos países em apuros económicos do dito "Club Med" (Portugal, Espanha, Grécia, Itália). No posfácio, fala-se de uma "Segunda Grande Depressão". As convulsões acontecem longe do hotel de luxo onde José Rodrigues dos Santos, cujos livros estão já traduzidos em 19 línguas, conversou, em exclusivo, com a VISÃO.
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