A questão de um estado laico comparticipar com orçamentos avultados para eventos religiosos, como as Jornadas Mundiais da Juventude, é um tema complexo e controverso, e as opiniões podem variar dependendo do contexto cultural, político e social de cada país.
Um estado laico é aquele que se declara neutro em relação às religiões, não favorecendo nenhuma delas e garantindo a liberdade religiosa para todos os cidadãos. A ideia fundamental do estado laico é que as instituições governamentais não devem promover nem apoiar nenhuma religião específica, mantendo-se separadas das questões religiosas.
Nesse contexto, muitas pessoas argumentariam que um estado laico não deveria gastar fundos públicos para financiar eventos religiosos, pois isso poderia ser visto como uma violação do princípio de neutralidade religiosa. Além disso, o dinheiro público deve ser utilizado para atender às necessidades e interesses de todos os cidadãos, independentemente de suas crenças religiosas.
Por outro lado, existem defensores que podem alegar que eventos religiosos, como as Jornadas Mundiais da Juventude, têm impactos sociais e culturais significativos e podem atrair um grande número de participantes e turistas, gerando benefícios econômicos para a região que os acolhe. Eles podem argumentar que a participação do estado nesses eventos pode ser justificada com base em questões culturais, históricas e turísticas, em vez de ser um apoio direto a uma crença religiosa específica.
É importante destacar que a questão da separação entre igreja e estado, e como isso se relaciona com o financiamento de eventos religiosos, é debatida em diferentes países e sistemas políticos. As leis e constituições de cada nação podem ter disposições específicas sobre o financiamento de eventos religiosos ou sobre a prestação de apoio financeiro a instituições religiosas.
Em última análise, a decisão de um estado laico em comparticipar ou não com orçamentos avultados para eventos religiosos é uma questão política complexa que deve ser debatida publicamente, levando em consideração os princípios de liberdade religiosa, igualdade e neutralidade estatal, bem como os interesses e valores da sociedade como um todo.