De todas as comemorações do 25 de Abril, a única que verdadeiramente cheirou a bafio foi o almoço que o primeiro-ministro ofereceu, não se sabe em que qualidade, a alguns militantes da JSD e a simpatizantes do Governo em meia dúzia de associações juvenis, escolhidas a dedo e cognominados de “líderes de vários movimentos estudantis e juvenis”.
A lista incluiu associações académicas de Coimbra, Lisboa e Algarve, muitas das quais estiveram na vanguarda da defesa da praxe, o Corpo Nacional de Escutas, a Conexão Lusófona e as associações Synergia, Zunzum, Sport Club Operário de Cem Soldos, Suão e Moju. Não se sabe qual a sua representatividade, a começar pela capacidade de representarem a “juventude”, e os sites desses “movimentos” revelam bem a dependência dos apoios das organizações de juventude estatais, como o Instituto Português do Desporto e Juventude, cujo membro da tutela esteve presente, e autarquias ligadas ao PSD. Não me recordo de ver algum dos blogues governamentais mais assanhados contra tudo o que sejam ajudas de Estado protestarem. Que se saiba no almoço não houve qualquer reivindicação ou protesto. Estes “jovens” portam-se bem.
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