Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O rei de Penamacor

A história de Portugal está repleta de salvadores, de velhos do Restelo, de dons Sebastiões, há uma mistura entre o inteligente e o burro, o burguês e o proletário, o sério e o aldrabão. Não admira que O Ricardo Salgado ainda há poucos meses ordenasse a Paulo Portas que revogasse a sua decisão irrevogável e fosse bajulado por metade do país e agora é tratado como se fosse um pária.
  
Neste país é fácil a um tenor falhado chegar a primeiro-ministro e governar um país como se fosse uma escola preparatória. Neste país já vimos tudo e não admira que uma modesta licenciada em economia por uma universidade como a Lusíada vá dar aulas a Castelo de Vide e aproveite para tratar o Draghi por tu. Quem lesse o Expresso há umas semanas atrás ficava mesmo tentado a confundir Harvard com a Lusíada e a propor o nome da Maria Luís para Nobel da Economia.
   
O D. Sebastião como rei não foi grande coisa, armou-se em cowboy e levou uma tareia em Alcácer Quibir deixando o país entregue aos castelhanos. Se o país esperasse por D. Sebastião para lhe dar uns tabefes para ver se o acne lhe passava ainda se compreende, mas não é isso o sebastianismo, o país espera que o rei que o entregou regresse para o salvar. Se calhar têm alguma razão, pela forma como este país governa e se governa o melhor seria mesmo entrega-lo aos castelhanos.
  
O lado mais divertido do sebastianismo são as personagens que ao longo dos tempos se apresentaram como o D. Sebastião acabado de regressar. Nos tempos mais recentes não têm faltado Sebastiões, ainda que a maioria deles a única coisa que têm em comum com o rei é o facto de terem nascido na freguesia de São Sebastião da Pedreira. Mas na época do nosso rei mais desastrado houve mesmo algumas personagens que se apresentaram como o verdadeiro D. Sebastião.

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