Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O poder como manigância

Graves e concentrados comentadores do óbvio precipitaram-se, entusiasmadíssimos, no discurso proferido pelo dr. Paulo Portas, domingo, acentuando o carácter "contundente" (disse um) do texto e a "notória divergência" (acentuou outro) com afirmações do dr. Passos Coelho, proferidas na sexta-feira anterior. A confusão, o despautério e o vazio de ideias grassam, infrenes, na Imprensa e nas televisões. Nem um anotador do facto revelou que o dr. Portas ocupara meia hora das televisões e do nosso pasmo para dizer rigorosamente nada. Melhor: para reafirmar a sua fé e a sua esperança, por igual intactas, no primeiro-ministro e nas suas sábias decisões. A fim de salvar as aparências, anunciou que defendera, com denodo e compaixão, os pobres pensionistas, aos quais, mercê dessa sua obstinação cristã, já não seria extorquida nem um cêntimo da reforma. E que, por sua intervenção, a idade limite para o trabalho não seria fixada em 67 anos, mas sim 65 e meio.

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