Sede de eternidade, tem o homem", escreveu Octavio Paz, num belíssimo poema. Nunca conheci ninguém, como o Urbano, com essa sede de eternidade que resultava de uma ânsia de estar em largo fôlego. Foi embora com a modéstia de uma vida afinal cheia de turbulência e de perigos vários. E é uma parte substancial da nossa existência como nação e como pátria que com ele embarca. A pátria da honra e da coragem, da decência e da recusa. A nação sagrada da língua, que ele cultivou como quase nenhum; dos valores eternos num mundo flutuante, precário e maldoso; do contrato natural entre os homens, que ele sempre desejou como irmãos, e por isso se bateu com denodo.
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