Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O céu, a terra, o vento sossegado...

O céu, a terra, o vento sossegado... 
As ondas, que se estendem pela areia... 
Os peixes, que no mar o sono enfreia... 
O nocturno silêncio repousado... 

O pescador Aónio que, deitado 
Onde co vento a água se meneia, 
Chorando, o nome amado em vão nomeia, 
Que não pode ser mais que nomeado: 

- Ondas - dizia - antes que Amor me mate, 
Tornai-me a minha Ninfa, que tão cedo 
Me fizestes à morte estar sujeita. 

Ninguém lhe fala; o mar de longe bate; 
Move-se brandamente o arvoredo; 
Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita. 

Luís de Camões

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