Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de
lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca
fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacias e
suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são
poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos são relva boa
Fresca e
macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da
ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro,
mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites,
dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias
quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontravas se te
perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a
minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca
encontrada?
Por que não voltas à minha vida
Para o que sofro não ser
desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem
mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu
martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero
depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que
pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como cortiça
E tem
raízes como a fumaça.
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