Faz um ano que nos deixas-te, um ano de eterna saudade - diz o povo na sua sabedoria que, o tempo cura tudo, não é verdade!
Comecei a fazer o luto em Bali, foste tu que me incentivaste a viajar com as minhas filhas, sentias-te mais descansada. Eras uma mãe e avó sempre preocupada com os teus. Sempre o foste. Não é verdade que o tempo cura tudo, pelo menos para mim, não há dia que não te recorde, contigo foi uma parte da minha essência.
As noites são terríveis, porque era de noite que eu nas minhas orações pedia (ao meu Deus), que não sofresses , ficaste com mazelas da terrível doença que sofreste nas férias no ido ano de 1980, estiveste nos cuidados intensivos, recebeste a extrema unção numa altura em que os médicos já não davam nada por ti. Melhoraste, cumpriste um dos teus sonhos, casar pela igreja, uma cerimónia realizada na capela do hospital, onde a médica que esteve sempre à tua cabeceira e te salvou (Dra. Mealha) foi a tua madrinha de casamento. Permaneceste internada durante 5 meses, mas venceste, foste uma lutadora, mas as mazelas permaneceram para sempre. Ultimamente já saías pouco e, como era doloroso subires até ao 3° andar.
Tenho gravado na minha memória a tua voz, António as análises do Rogério estavam boas? Tinha acabado de telefonar, foi o pai que atendeu, era um hábito meu tranquilizá-los e tu perguntaste: as análises estão boas?
No dia seguinte partiste para sempre.
Hoje foi dia de análises e, onde quer que estejas, fica sabendo que os valores estavam normais. Volto a 17 de Fevereiro.
Depois conto a informar-te dos resultados!
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