Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

sexta-feira, 31 de maio de 2013

AMANHÃ: DEMISSÃO!


Pablo Alborán - Perdóname (con Carminho)

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 828 - Flores.

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 827 - Centro Comercial Vasco da Gama.

Vá-se lá saber porquê?

Foi apresentado na AR o Orçamento Rectificativo que, ao que se sabe não rectifica nada; consta que o 2º já está na forja!




No me apuntes


FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 826 - Gare do Oriente.

Menina, mulher amante

Menina, mulher amante,
com seus olhos brilhantes,
quero ter você por um instante,
e beber teu prazer constante...
Beijar o teu corpo gostoso,
lamber seu pescoço,
e ser grudento aos poucos...
Se te quero tanto assim,
nesta ilusão tão ruim,
é porque para mim,
és um castigo sem fim...
Na minha serra querida,
tu és a minha guia,
te quero nua de dia,
nem que seja por fantasia...

quinta-feira, 30 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 826 - S. Paulo.

Os anjos – I

Eles andam no ar
com as suas vestes
longas

as asas frementes
a baterem no tempo

Vêm
da infância
a rasar a memória

a voarem o vento

Ouvia os insectos,
deitada-rente
sobre a terra

e imaginava os anjos
debruçados no espaço
a beberem o sol

Uma por uma as pétalas
Os gomos

as citilantes escamas
mais pequenas

Uma por uma as penas

a formularem a nossa memória
das asas dos anjos

Tem a força estagnada
das paredes
a respirarem através da cal do útero

num arfar
lento
menstruação contida

Os pés vão nus,
a bordejarem o voo

a controlarem o
espaço

lemes do corpo
a fixarem
as asas:

crespas e acesas
nos ombros dos
anjos

São anjos
apenas
com o corpo dos homens

num corpo de mulher

e um ligeiro crepitar
de asas
na altura dos ombros

Tem uma conotação
sexual
de aventura

com a sua vagina
entreaberta
e o seu clitóris tumefacto
e tenso
à ponta dos dedos

Desviar os lábios
dos anjos

mas entreabrir-lhes também
as coxas

os sonhos – a mente
enquanto eles observam

Quando os anjos
flutuam
sobre as tréguas

naquele segundo
em que se ouve bater
o coração das pedras

Uma flor de
amparo,

o apoio de uma
asa
no voo raso às raízes do tempo

Até ao vácuo?

Os anjos são
os olhos
da cidade

Olhos de mulher,
que voa

Tem asas de cristal
e água
os anjos que à flor-do-dia
entornam a madrugada

cintilantes e volácteis

Eles voam com as suas asas
de prazer:

os anjos da fala
– dormindo na saliva da boca

Substituir os peixes alados
por anjos
Com as suas longínquas asas
a afagar os meus ombros

Queria saber
do destino dos anjos

quando voam
no mar
dos nossos olhos

No céu líquido
dos olhos
das mulheres

Diz-me
da poesia

através da palavra
dos anjos...

Aos olhos do tempo
a transgressão
das horas

pelo dentro das nervuras
das asas

pequenos capilares de vento
onde começa a vontade
de voar

num caminhar
sedento

Têm todos os anjos
o vício:

da queda?

quarta-feira, 29 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 825 - Travessa Pequena da Bica.

Anjos do Apocalipse – II

Este é o anjo do apocalipse
com a sua espada
filva

funda

Embainhada na nossa
vagina

Ei-lo que rompe
o espaço
com a espada

com o esperma

Anjo da justiça
com o seu pénis

Caminham com estandartes
Com espadas e paixão
Numa erecção calada

São os anjos do ódio
com a sua raiva
alada

Vestem o corpo
com o brilho das armaduras
e do vidro

e só depois voam...

Os arcanjos do sonho
com as suas asas
nocturnas de veludo

São os arcanjos
do sonho

Usando comigo
a sua espada
de aço

terça-feira, 28 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 824 - street art.

SAHARA LIBRE


by Robert García

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 823 - Cais das Colunas.

Anjos do amor – III

(à minha mãe)

Vens de um sonho
tomado
da infância

quando comigo deitada nos lençois
me abraçavas
E o orgasmo te transformava as asas

Que domínio
tenho
dos teus braços?

meu amor,

ao voares sobre o que eu faço
com teu corpo de cetim
nadando em nosso abraço?

Tu voas,

como as bruxas
e os anjos

Como os rios
por dentro das nuvens

e da vagina

És o anjo
tu
das minhas asas

sobre os seios...

Suposto é de ti
que tu tens asas

luzentes:
a tremerem-te
na fala

As laminas
de metal
das tuas asas?

A lembrar o sol
a bater
nas penas dos pássaros

Tu,
és o anjo negro
da boca...

do meu corpo

segunda-feira, 27 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 822 - street art.

La Bienal de Venecia quiere volver a ser el epicentro del arte


Cada dos años se mueve el tren de la Bienal de Venecia. Entonces, museos, galerías y fundaciones se trepan a los vagones para asistir a uno de los encuentros artísticos más importantes del mundo. Esta edición en particular, quizás será recorda por la cantidad de vagones que han cambiado el binario para transportar la vieja urbe al epicentro del arte.
Bienales hay muchas. Son más de 100 regadas por el globo. La veneciana, nace en 1895. Pese a las críticas de años pasados sigue siendo la Bienal, el punto de referencia del arte contemporáneo. Bajo el título Palacio Enciclopédico, reúne desde el 1 de junio y hasta el 24 de noviembre 150 artistas, distribuidos en las sedes tradicionales, el Arsenal y los Jardines, además de otros 36 espacios dispersos alrededor de este archipiélago con forma de pez, que es Venecia. Las insttituciones culturales aborígenes no quieren peder el tren; han programado en el mismo periodo otras 50 propuestas de alta calidad y rigor científico. Hasta el Museo de Ciencias Naturales tiene la suya.

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 821 - Loja de Antiguidades.

Os anjos do corpo – IV

Meu infatigavel

anjo,

da guarda de meu corpo

São os anjos quem
guardam
os orgasmos

Pastores

Dos rebanhos
– dos ardores
Dos odores do corpo

Hei-de confessar-te
um dia
o meu desejo:

um anjo

que me acaricie devagar o clitóris
as pernas entreabertas
ao meu beijo

Quantas vezes te digo
que te dispo
e depois te lambo

primeiros as asas
e o pénis

e em seguida: o ânus

E o anjo
debaixo
ficou a acariciar o pénis
do anjo que voava
por cima

de manso procurando
o fundo
da vagina

Sou eu que te transformo
de prazer
em anjo do orgasmo

infatigável
suco
da língua

Naquilo que te faço

Com o teu clitóris
de ouro,
és o anjo

mamilos à flor da pele
que tapas com as asas

Os anjos descobrem
a vulva
no mesmo instante

em que sabem
do pénis:

com
as pernas ligeiramente
abertas
e desviando as asas

Despir os anjos
um por um

passando-lhes a língua...

lentamente,
pelo sal do pénis
Sorvendo-lhes em seguida
os sucos da vagina

Penteio com os dedos
os cabelos
deste arcanjo

respirando baixo
o interior macio
das suas pernas

o púbis
deste anjo

O sabor do esperma
dos anjos que imaginam

a-mar

as águas
uterinas

Lambe-me devagar
o céu da boca

como se a voasses

É um púbis de anjo
com pequenas asas

sob:
sobre a doce matiz
matriz
do clitóris

Viro-te anjo
debaixo do meu corpo

cubro-te:
voando – vogando
pelo nada

o teu pénis
direito
no meu púbis

e mais abaixo
a tua vagina alada

Adormeço de ventre
em tuas
asas

deitada ao comprido
no espaço
das tuas pernas

pernas

Cisterna
posta à beira
da sede dos teus braços

Primeiro roço-te
as asas
suspensas pelos teus ombros

imaginando apenas

aquilo que depois
mergulho
e faço:

Traz o anjo
o arrepio
ao corpo todo

um aperto nos
seios
e na vagina

Uma febre incerta
que vagueia
nas asas, nas coxas
e nas veias

Tinha um corpo de
lua
pelo lado da cor e do frio

em desiquilibrio no fio da faca
do orgasmo

O teu corpo,
neste envolvimento
de voo

e de vulva

Meu amor que mergulhas
de vertigem:

Anjo expectante
da vagina

A mistura de mim
com o teu corpo

asas pequenas que estremecem
debaixo do desejo

Não tens noção
de quanto é corpo o corpo
nem desejo

Anjo

Voando sobre
o que é baixo

Sob

Voando sob
o que é por baixo

Tocar-te apenas com
a língua
a cabeça do pénis

como se devagar
lambesse
o meu clitóris

até sentir o orgasmo
trepar-me pelas pernas

Bebem os anjos
a saliva
dos anjos

Pela taça
– exposta –
da vagina

São rarissimas as
asas
que não partem dos seios

a florir nos
ombros

Como um manso púbis
com os seios veios
de sombra

Quando
o clitóris toca
o clitóris dos anjos...

Lambe-me as asas
– disse o anjo
ao anjo mais perto...

dos seus pulsos

domingo, 26 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 820 - Manifestação da CGTP.

Vá-se lá saber porquê?

O circo hoje vai estar montado no Jamor e, parece que o palhaço rico vai lá estar!

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 819 - Âncora.

ARMAS DE DESTRUIÇÃO MASSIVA


by Josetxo Ezcurra

Jane Monheit - Some Other Time

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto 818 - Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar.

Anjos da memória – V

Os anjos alados
da memória

com as suas asas
de pérgula
e medronho

a voarem noite dentro,
pelo sonho

Serás de branco
despojada de tudo
à cabeceira

por detrás do meu ombro
anjo mudo

Serás de branco
despojada de tudo,

asas supostas
de ti
à minha beira

O pássaro cintilante
da tua nudez
(uma matriz calada)

Da tua nudez

Com os teus seios
de anjo
sob as asas

A tomares conta
da memória

És um passaro – digo
És um pássaro

com penas
cintilantes
dos teus olhos

As tuas asas
de pétalas

tecidas com a luz
das penas
das asas que te crescem

Poisar um pouco
nos parapeitos
da memória

antes de recomeçar
o voo
de regresso a casa

Com as nossas asas
lúcidas:
translúcidas e pálidas

Deixa-me voar
por cima do teu
colo

até ir poisar
na tua alma

É a memória,
dos teus dedos pisados
nas asas dos meus ombros

Entrelaçados
Enlaçados

Como entranças
os sonhos

As tuas asas de prata
que atravessam a voar
o território
brando
das minhas lágrimas

Este

é o inconsciente
dos teus olhos
de águas postas – de águas sobrepostas

– rente

à meiga – à mansíssima
racha
do teu ventre

Em voo raso
perto da sua boca:

A ouvir a memória...

Há um ruido de
asas
que te é próximo

um odor a flor,
a framboeza

um sabor a leite
e a morango
numa uterina luz de penumbra acesa

Um pouco acima
dos teus olhos,
como um pássaro

a voar por dentro,
bem por dentro
do interior dos lábios...

do corpo

A parte que é
anjo
do teu corpo

e me procura a meio
da madrugada

Sobrevoando o lago
que é suposto
ser no meu sono
aquilo que calava

A parte que é
anjo
do teu corpo

e me visita
a meio da madrugada

descansando as asas
dos teus ombros,
a meu lado:
em cima da almofada

Voava,
com a memória
das asas

no sentido inverso
do silêncio

e do sono

Oiço atrás de mim,
o breve respirar
das tuas asas

– quase imperceptível –

Um ligeiro arfar
Como a brisa a passar
por entre as casas

sexta-feira, 24 de maio de 2013

ONDE ESTÁ O PALHAÇO?

Patética aquela figura de palhaço!
Um misto de tristeza, alegria e de atrapalhado,
Ali estava com cabelos palha de aço
Que completava um boneco desengonçado
 
Da platéia vinha aplauso e gargalhadas
Adultos, crianças todos querendo mais,
Era sucesso absoluto a palhaçada
Não havia diferença na platéia eram todos iguais.
 
Esta é uma lembrança que me vem da minha infância,
E me pergunto, onde está o palhaço?
O tempo está tão longe assim, a que distância,
Está o boneco desengonçado e cabelos de palha de aço?
 
Não tem mais graça o circo do subúrbio, da roça.
Tudo hoje é diferente da gostosa palhaçada
O importante agora é o automóvel e não a carroça
E a televisão, entretimento de adultos e criançada.
 
Que saudade que tenho do tempo da minha infância,
Comer pipoca, algodão doce e do sorvete artesanal que se fazia.
Para os que não conheceram, não tem a mínima importância,
Mas os que neste tempo viveram sofrem de nostalgia. 
 
A velocidade do progresso cada dia mais aumenta 
O novo de ontem é o velho de hoje, tudo é descartável,
Mas eu sou teimoso desafio o progresso, já passei dos oitenta,
E tenho saudade da apresentação do espetáculo que dizia. Respeitável...

"Palhaço", por Nelson Cavaquinho

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 816 - Sé de Lisboa.

Vá-se lá saber porquê?

Palhaço, por palhaço, qual preferes: o rico, ou o pobre?

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 815 - Glorioso, sempre!

STOP CENSURA FOTOPERIODISMO!


by Jorge Alaminos

El Emperador!


Anjos mulheres – VI


As mulheres voam
como os anjos:
Com as suas asas feitas
de cristal de rocha da memória

Disponíveis
para voar

soltas...

Primeiro
lentamente: uma por uma

Depois,
iguais aos passaros

fundas...

Nadando,
juntas

Secreta: a rasar o
chão

a rasar a fenda
da lua

no menstruo:
por entre a fenda das pernas

Às vezes é o aço
que se prende
na luz

A dobrarmos o espaço?

Bruxas:
pomos asas em vassouras
de vento

E voamos

Como as asas
lhe cresciam nas coxas

diziam dela:
que era um anjo do mar

Rondo alto,
postas em nudez de ombros
e pernas

perseguindo,

pelos espaços,
lunares
da menstruação

e corpo desavindo

Não somos violencia
mas o voo

quando nadamos
de costas pelo vento

até à foz do tempo
no oceano denso
da nossa própria voz

Sabemos distinguir
a dormir
os anjos das rosas voadoras

pelo tacto?

Somos os anjos
do destino

com a alma
pelo avesso
do útero

Voamos a lua
menstruadas

Os homens gritam:
– são as bruxas

As mulheres pensam:
– são os anjos

As crianças dizem:
– são as fadas

Fadas?

filigrama cintilante
de asas volteando
no fundo da vagina

Nadamos?

De costas,
no espaço deste século

Mudar o rumo
e as pernas mais ao
fundo

portas por trás
dobradas pelos rins

Abrindo o ar
com o corpo num só golpe

Soltas,
viando
até chegar ao fim

Dizem-nos:
que nos limitemos ao espaço

Mas nós voamos
também
debaixo de água

Nós somos os anjos
deste tempo

Astronautas,
voando na memória
nas galáxias do vento...

Temos um pacto
com aquilo que
voa

– as aves
da poesia

– os anjos
do sexo

– o orgasmo
dos sonhos

Não há nada
que a nossa voz não abra

Nós somos as bruxas da palavra

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 814 - Largo de São Tomé.

Palhaço, rico ou pobre?


quinta-feira, 23 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 813 - Lisboa minha cidade.

Márcia --- Deixa-me ir (Vídeo Oficial)

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 812 - street art.

Video Samba do Bairro - Luiz Caracol - 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 811 - street art.

EL DIA LIBRE


FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 810 - street art.

Contrações


Abre e fecha
flechas de desejos
flashs instantâneos
quando penso em ti...
Pulsa o pulso
pulsa a flor que arde
curtas contrações
longos arrepios...
Abre e fecha
sangue bombeando
vida latejando
rega esse navio...
Pulsam bicos
seios bolinados
duros, retesados
querendo implodir...
Flor-de-cheiro
doce à la pom-pom
molha tua boca
sente quanto é bom...
Abre e fecha
pulsa e repuxa
flor-da-contração
arde de tesão
abre minhas coxas
rompe tuas forças
seca minhas poças
e deglutes
todas as flores roxas
que um dia
desabrochaste...

La fotógrafa estadounidense Annie Leibovitz, Príncipe de Asturias de Comunicación y Humanidades


La fotógrafa estadounidense Annie Leibovitz (Connecticut, 1949), quien consiguió que John Lennon apareciera desnudo, en posición fetal junto a Yoko Ono, horas antes de ser asesinado, ha ganado hoy el premio Príncipe de Asturias de Comunicación y Humanidades. Considerada como la fotógrafa viva más importante del momento y la mejor pagada, a lo largo de su carrera ha retratado a mitos como Mick Jagger, Michael Jackson, Bob Dylan o Bruce Springsteen, para los que realizó algunas de sus portadas más emblemáticas.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Boca no Lodo by Mauricio Pessoa

CLOSE GUANTÁNAMO!


by Robert García

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 809 . Real Forte.

O Insecto

Das tuas ancas aos teus pés

quero fazer uma longa viagem.

Sou mais pequeno que um insecto.

Percorro estas colinas,
são da cor da aveia,
têm trilhos estreitos
que só eu conheço,
centimetros queimados,
pálidas perspectivas.

Há aqui um monte.
Nunca dele sairei.
Oh que musgo gigante!
E uma cratera, uma rosa
de fogo humedecido!

Pelas tuas pernas desço
tecendo uma espiral
ou adormecendo na viagem
e alcanço os teus joelhos
duma dureza redonda
como os ásperos cumes
dum claro continente.

Para teus pés resvalo
para as oito aberturas
dos teus dedos agudos,
lentos, peninsulares,
e deles para o vazio
do lençol branco
caio, procurando cego
e faminto teu contorno
de vaso escaldante!

terça-feira, 21 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 808 - Porta.

15 M


by Juan Hervas

Michelangelo voltou a Ubeda


Todo mundo na cidade de Úbedaha jiennense ouvido falar dele, mas quase ninguém viu. A escultura do século XV de San Juanito ou San Juan Bautista Criança, atribuído a Michelangelo, quebrado terminou em agosto de 1936, durante uma ação iconoclasta que varreu várias obras altar da Capela de El Salvador (garagem convertida) . Entre eles, a escultura de mármore e retábulo de madeira criado por Alonso Berruguete que retém apenas a figura de Cristo.Mais de 77 anos depois, a famosa representação do santo está prestes a entrar para a vida, depois de um complexo sistema de restauração realizados na Itália. Depois de suaressurreição, voltar para a cidade renascentista de Ubeda ( Património Mundial desde 2003, juntamente com o Baeza nas proximidades ). O lugar onde todo mundo deu perdido para sempre.

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 807 - Lisboa abandonada.

Ninguém vai saber


Ninguém vai saber
Do meu segredo.
Tenho um amante
Belo como Deus
E todo nu
Aqui deitado ao meu lado!
Seus beijos são azuis
E a sua voz vermelha como o lume!
Tenho um amante só meu
E ninguém vai saber,
Ninguém mo vai roubar,
Porque ele é meu, só meu:
É feito de poemas e de fumo...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 806 - street art.

Livro do Desassossego


A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes.
O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 805 - Gare do Oriente.

O uso das palavras obscenas


Desmedido eu que vivo com medida
Amigos, deixai-me que vos explique
Com grosseiras palavras vos fustigue
Como se aos milhares fossem nesta vida!

Há palavras que a foder dão euforia:
Para o fodidor, foda é palavra louca
E se a palavra traz sempre na boca
Qualquer colchão furado o alivia.

O puro fodilhão é de enforcar!
Se ela o der até se esvaziar: bem.
Maré não lava o que a arvore retém!

Só não façam lavagem ao juizo!
Do homem a arte é: foder e pensar.
(Mas o luxo do homem é: o riso).

BIENVENIDOS AL CAPITALISMO, DESDICHADOS!


by Josetxo Ezcurra

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 804 - Gare do Oriente.

domingo, 19 de maio de 2013

Que se lixe este Governo!


Zé Marinheiro

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 803 - Sem título.

El tesoro ‘porno’ de Jorge Oteiza



En 1958, Jorge Oteiza se despidió de la escultura. Desde su punto de vista, el proceso creativo en el que había puesto el empeño de toda una vida —la desocupación del espacio— había concluido. Para qué seguir.
Dejó al mundo un colosal legado en obras de arte de madera, hierro y piedra que bebía por igual de las fuentes constructivistas que de las profundas raíces de la cultura vasca. El legado de uno de los grandes de la escultura mundial del siglo XX. 

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 802. Street art.

Modos de amar


Modo de amar – I

Lambe-me as seios
desmancha-me a loucura

usa-me as coxas
devasta-me o umbigo

abre-me as pernas
põe-nas nos teus ombros

e lentamente faz o que te digo:

Modo de amar – II

Por-me-ás de borco,
assim inclinada...

a nuca a descoberto,
o corpo em movimento...

a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo...

Por-me-ás de borco;
Digo:
ajoelhada...

as pernas longas
firmadas no lençol...

e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos como quem consome...

(Por-me-ás de borco,
assim inclinada...

os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)

Modo de amar – III

É bom nadar assim
em cima do teu corpo
enquanto tu mergulhas já dentro do meu

Ambos piscinas que a nado atravessamos
de costas tu meu amor
de bruços eu

Modo de amar – IV

Encostada de costas
ao teu peito

em leque as pernas
abertas
o ventre inclinado

ambos de pé
formando lentos gestos

as sombras brandas
tombadas no soalho

Modo de amar – V

Docemente amor
ainda docemente

o tacto é pouco
e curvo sob os lábios

e se um anel no corpo
é saliente
digamos que é da pedra
em que se rasga

Opala enorme
e morna
tão fremente

dália suposta
sob o calor da carne

lábios cedidos
de pétalas dormentes

Louca ametista
com odores de tarde

Avidamente amor
com desespero e calma

as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros
numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala

Ferozmente amor
com torpidez e raiva

as ancas descendo como cabras
tão estreitas e duras
que desarmam
a tepidez das minhas
que se abrem

E logo os ombros
descaem
e os cabelos

desfalecem as coxas que retomam
das tuas
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam

Suavemente amor
agora velozmente

os rins suspensos
os pulsos
e as espáduas

o ventre erecto
enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas

Modo de amar – Vl

Inclina os ombros
e deixa
que as minhas mãos avancem
na branda madeira

Na densa madeixa do teu ventre

Deixa
que te entreabra as pernas
docemente

Modo de amar – VII

Secreto o nó na curva
do meu espasmo

E o cume mais claro
dos joelhos
que desdobrados jorram dos espelhos

ou dos teus ombros os meus:
flancos
na luz de maio

Modo de amar – VIII

Que macias as pernas
na penumbra

e as ancas
subidas
nos dedos que as desviam

Entreabro devagar
a fenda – o fundo
a febre
dos meus lábios

e a tua língua
Vagarosa:

toma – morde
lambe
essa humidade esguia

Modo de amar – IX

Enlaçam as pernas
as pernas
e as ancas

o ar estagnado
que se estende
no quarto

As pernas que se deitam
ao comprido
sob as pernas

E sobre as pernas vencem o gemido

Flor nascida no vagar do quarto

Modo de amar – X

A praia da memória
a sulcos feita
a partir da cintura:

a boca
os ombros

na tua mansa língua que caminha
a abrir-me devagar
a pouco e pouco

Globo onde a sede
se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha
a anca repousada
que inclinas
as pernas retezadas que levantas

E logo
são os dentes que limitam

mas logo
estão os labios que adormentam
no quente retomar de uma saliva
que me penetra em vácuo
até ao ventre

o vínculo do vento
a vastidão do tempo

o vício dos dedos
no cabelo

E o rigor dos corpos
que já esquece
na mais lenta maneira de vencê-los

Modo de amar – XI
((Teu) Baixo ventre)


Nunca adormece a boca no
teu peito

a minha boca no teu baixo
ventre
a beber devagar o que é
desfeito

Modo de amar – XII
(Os testiculos)


Tenho nas mãos
teus testiculos
e a boca já tão perto

que deles te sinto
o vício
num gosto de vinho aberto

Modo de amar – XIII
(As pedras – As pernas)


São as pedras
meus seios
São as pernas

pele e brandura
no interior dos
lábios

rosa de leite
que sobe devagar
na doce pedra
do muco dos meus lábios

São as pedras
meus seios
São as pernas

Pêssegos nus corpo
descascados

Saliva acesa
que a língua vai cedendo

o gozo em cima...
na pedra dos meus
lábios

Jogo do corpo
a roçar o tempo
que já passado só se de memória,
a mão dolente
como quem masturba entre os joelhos...
uma longa história...

Estrada ocupada
onde se vislumbra
(joelhos desviados na almofada )

assim aberta o fim de que desfruta
o fruto do odor
o fundo todo
do corpo já fechado.

Modo de amar – XIV
(As rosas nos joelhos)


São grinaldas de rosas
à roda
dos joelhos

O âmbar dos teus dentes
nos sentidos

O templo da boca
no côncavo do espelho
onde o meu corpo espia
os teus gemidos

É o gomo depois...
e em seguida a polpa...

o penetrar do dedo...
O punho do punhal

que na carne enterras
docemente
como quem adormenta
o que é fatal

É a urze debaixo
e o fogo que acalenta
o peixe
que desliza no umbigo

piscina funda
na boca mais sedenta bordada a cuspo
na pele do umbigo

E se desdigo a febre
dos teus olhos
logo me entrego à febre
do teu ventre

que vai vencendo
as rosas – os escolhos
à roda dos joelhos, docemente.

Modo de amar – XV
(A boca – A rosa)


Entreabre-se a boca
na saliva da rosa

no raso da fenda
na fissura das pernas

Entreabre-se a rosa
na boca que descerra
no topo do corpo
a rosa entreaberta

E prolonga-se a haste
a língua na fissura
na boca da rosa
na caverna das pernas

que aí se entre-curva
se afunda
se perde

se entreabre a rosa
entre a boca
das pétalas

t= v/e


sábado, 18 de maio de 2013

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 801 - street art.

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 800 - street art.

Manuel Alegre. "A esquerda em Portugal não serve para nada"



Tudo começa ou acaba nos sonhos. O último livro de Manuel Alegre faz deles matéria-prima de romance. “Tudo É e não É” fala-nos das ideias recorrentes que nos fazem humanos, da nossa tentativa de construirmos o sonho e fugirmos ao pesadelo. Esta entrevista mantém a mesma estrutura e aborda a literatura e a política, sempre entre o sonho e o pesadelo.

Ainda sonha?
Em relação aos sonhos propriamente ditos, sonho todas as noites, foi destes sonhos que partiu o livro. Noutro sentido, os sonhos estão mais complicados.

Raízes


enfio
meu pau em sua vagina
enraízo
sou falo
és a terra de minhas raízes
a nutrir o gozo
sou tronco
enfiado na terra de seu corpo
sou raiz
és o solo
eu apenas o agregado
és chupa
onde deposito minhas sementes
vestígios
que escoam na geratriz

FOTOS MINHAS


photo: rogério barroso. Foto nº 799 - flores.