Passa das 21h30 e Ruy de Carvalho já fez mais de 100 quilómetros e ainda tem 14 cenas para estudar. O cansaço só ficará esquecido quando, a todo o momento, se lembrar que alguém no Facebook o acusou de ter andado a "bufar" colegas à PIDE. "Eu? O meu melhor amigo, o Canto e Castro, era comunista. Ele deixava o 'Avante' em cima da mesa e eu ia lá escondê-lo para ele não ser apanhado." Há uma semana escreveu um comentário no Facebook a acusar as Finanças de "rapina" e de não lhe reconhecer direitos consagrados na lei. O post, dirigido aos ministros, foi partilhado por 16 889 pessoas e comentado em blogues. E se uns aplaudiram, outros depressa lhe lembraram que foi mandatário de Cavaco ou apoiante de Passos Coelho. "Só por isso não tenho direito a indignar-me?", pergunta. Durante a conversa precisará da ajuda da filha Paula para o socorrer nas partes mais técnicas da explicação da carta que o fez escrever aquela mensagem. Apoio a políticos? Não haverá mais, a não ser ao filho.
Sem comentários:
Enviar um comentário