O Tempo pergunta ao Tempo
O tempo pergunta ao tempo
se ainda lhe resta tempo para sentir.
O tempo, cansado, sorri —
já não mede minutos,
mede esquecimentos.
Há séculos que se persegue,
que se dobra sobre o próprio eco,
contando os passos que nunca deu.
E nós, pobres de horas,
pedimos ao tempo clemência,
como quem pede ao vento
que não leve o último suspiro.
Mas o tempo não responde —
ele é o silêncio depois da pergunta.
Sem comentários:
Enviar um comentário