Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Los archivos revelan el plan secreto de Israel de alejar a los refugiados árabes
El mes pasado marcó el 50 aniversario del asesinato del presidente de EE.UU. John F. Kennedy. En medio de la avalancha de artículos sobre el impacto traumático del evento en la sociedad estadounidense, se dedicó un modesto lugar a las relaciones entre Israel y EE.UU. durante la presidencia de Kennedy -sobre todo en relación con los temores de Washington sobre el proyecto nuclear de Israel-. Poco o nada se ha escrito acerca de la profunda ansiedad que reinaba en Israel en el inicio del mandato de Kennedy, debido a la iniciativa del presidente de resolver el problema de los refugiados palestinos.
Al término de la primera reunión entre el primer ministro David Ben-Gurion y el presidente Kennedy, que se celebró en Nueva York en el otoño de 1961, ya no había ninguna duda en el lado israelí de que la Casa Blanca estaba trabajando en una nueva iniciativa sobre la refugiados árabes a la que llamaron del "triple enfoque”. A Ben-Gurion no le gustaba (por decirlo suavemente) la idea presentada por el presidente, que abogó para que algunos de los refugiados se establecieran en los Estados árabes, otros en el extranjero y algunos regresaran a Israel. Sin embargo, a deferencia del presidente, el líder israelí no rechazó la idea de plano.
Tesão e soneto
Enquanto segues em frente,
Deito-me maliciosa em teu leito,
Sentindo teu corpo quente:
Diante das tuas mãos, tudo aceito...
Roubas meus seios da minha roupa,
Acariciando-os com intensos beijos,
Deixando-me completamente louca,
Abrindo-se para ti a Flor dos meus Desejos...
Sou só desejo, sou toda tua...
Beijo-te inteiro com sofreguidão,
Enquanto deixas-me totalmente nua,
Provocando em meu corpo espasmos e gemidos,
Embalo com lambidas teu tesão
Até nos tornarmos um só em todos os sentidos...!
Sentindo teu corpo quente:
Diante das tuas mãos, tudo aceito...
Roubas meus seios da minha roupa,
Acariciando-os com intensos beijos,
Deixando-me completamente louca,
Abrindo-se para ti a Flor dos meus Desejos...
Sou só desejo, sou toda tua...
Beijo-te inteiro com sofreguidão,
Enquanto deixas-me totalmente nua,
Provocando em meu corpo espasmos e gemidos,
Embalo com lambidas teu tesão
Até nos tornarmos um só em todos os sentidos...!
domingo, 29 de dezembro de 2013
Coma nueces, alarga la vida
Sabía usted que comer almendras puede ayudarle a mantener su peso a raya; que las nueces de Brasil pueden hacerle más fértil; que los cacahuetes le alejan del cáncer y que los anacardos benefician a su futuro hijo durante los meses de gestación? La Universidad de Harvard acaba de dejar claro que comer frutos secos -con moderación, eso sí- ayuda a mantener nuestro cuerpo más sano y además más bello. No sólo mejoran la salud de la sangre, del corazón, de huesos y dientes, sino que además hacen que nuestra piel brille más y luzca más tersa.
Minha mulher
A minha mulher
tem mistério insondável,
recato impenetrável
aos olhos voyeurs.
A minha mulher,
tem uma nudez invisível
e um olhar transparente
só para o que quer.
A minha mulher
tem o encanto das fadas
e a magia das bruxas
quando estamos em nós.
Ela sabe fazer-se inteira
nunca está em pedaços
sabe todas perícias
atar e soltar nossos nós.
Nela, o meu corpo presente
é mais do que tudo,
do eterno, um estudo,
quando estamos a sós.
Ela tem a magia dos celtas,
obtém a têmpera correta,
de traz-nos o instante
de toda eternidade.
Ela tem o erotismo dos anjos
o silêncio dos sábios
ao dizer o que é
ser a minha mulher.
recato impenetrável
aos olhos voyeurs.
A minha mulher,
tem uma nudez invisível
e um olhar transparente
só para o que quer.
A minha mulher
tem o encanto das fadas
e a magia das bruxas
quando estamos em nós.
Ela sabe fazer-se inteira
nunca está em pedaços
sabe todas perícias
atar e soltar nossos nós.
Nela, o meu corpo presente
é mais do que tudo,
do eterno, um estudo,
quando estamos a sós.
Ela tem a magia dos celtas,
obtém a têmpera correta,
de traz-nos o instante
de toda eternidade.
Ela tem o erotismo dos anjos
o silêncio dos sábios
ao dizer o que é
ser a minha mulher.
sábado, 28 de dezembro de 2013
Vá-se lá saber porquê?
Uma maioria, um governo, um presidente.
Um País que se afunda diariamente e, em Belém, tudo calmo na santa paz do senhor de Boliqueime.
Uma tristeza, sem esperança para quem nada tem!
Um País que se afunda diariamente e, em Belém, tudo calmo na santa paz do senhor de Boliqueime.
Uma tristeza, sem esperança para quem nada tem!
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Tudo como dantes, no Palácio de Belém!
O Presidente da República optou por dar um presente de Natal a Passos Coelho e não enviar o Orçamento do Estado (OE) para 2014 para o Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva. Mas pode enviar algumas normas, nomeadamente o corte de salários dos funcionários públicos, para fiscalização sucessiva, no Ano Novo.
Quero lhe beijar a boca
Quero lhe beijar a boca
morder seus lábios
e brincar sua língua na minha.
Quero lhe beijar a nuca
lhe arrepiar inteiro
encostar meu peito no seu
até os corações se compassarem
as mãos entrelaçadas suarem.
Quero um abraço eterno
de guardar seu cheiro na minha pele.
Quero me queimar no seu fogo
e guardar pra sempre a cicatriz escarlate
desse nosso encontro.
e brincar sua língua na minha.
Quero lhe beijar a nuca
lhe arrepiar inteiro
encostar meu peito no seu
até os corações se compassarem
as mãos entrelaçadas suarem.
Quero um abraço eterno
de guardar seu cheiro na minha pele.
Quero me queimar no seu fogo
e guardar pra sempre a cicatriz escarlate
desse nosso encontro.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
Vá-se lá saber porquê?
Natal sem a presença das filhas não tem significado. Que os políticos deste desgraçado país à deriva sintam o sofrimento de todos os pais cujos filhos, por motivo de trabalho (o meu caso) não poderam deslocar- se a Portugal.
E deixem-se de demagogias; a maioria não pensa regressar, alguns até pensam pedir a nacionalidade dos países de acolhimento!
Boas Festas!
E deixem-se de demagogias; a maioria não pensa regressar, alguns até pensam pedir a nacionalidade dos países de acolhimento!
Boas Festas!
A genealogia do amor
E assim se fez verbo
o dom da palavra
para repartir-se
porque ele era só.
Da vértebra curva
veio para ouvir
aquela que se houve
para ser ouvida
na aventura a dois:
chamada Mulher
a chamado do Homem.
O primeiro grito
– parto da palavra –
se faz em sussurro
macio de gozo
veludo de ventos.
para repartir-se
porque ele era só.
Da vértebra curva
veio para ouvir
aquela que se houve
para ser ouvida
na aventura a dois:
chamada Mulher
a chamado do Homem.
O primeiro grito
– parto da palavra –
se faz em sussurro
macio de gozo
veludo de ventos.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Canto I
Eu parto da palavra
ao parto dos amantes:
Bem assim frente a frente
se inauguram os sons
aos olhos da surpresa:
E viu para falar
ouviu para dizer
tanta beleza agora
se vai a solidão
na maciez da pele
na relva dos cabelos
na fenda diferente.
E ele a chamou mulher
e sentiu o seu cheiro
e porque era de espanto
foi deitar-se com ela
no verde da campina
descobrindo seus poros
com o tato da língua
numa conversa muda
mas cheia de arrepios
reinventando colinas
na planície da pele.
No lastro das carícias
pesa o rumor dos corpos
com seu barulho de água
no suor represado.
E a vida neste instante
não era a mesma vida:
um tempero de febre
ardia na mudança.
No repouso dos corpos
no embalo da fadiga
vinha a fala alumbrada
palpando a geografia
guiada nas carícias
de dedos alpinistas.
E eles se revezavam
no batismo do corpo
na ablução das salivas
purificando as partes
no sal de suas águas.
A lua em seu modelo
nessas quatro mudanças
serviu para dar nome
aos dois quartos crescentes
bandas de níveas nádegas
com suas duas curvas
claras e tão macias;
colinas e montanhas
desenham os dois seios
com a cor do alabastro,
e a relva dos pentelhos
- o manto da vagina -
raízes de alfazema;
a boca uma romã;
estrelas são os olhos;
os búzios são ouvidos,
e o nariz promontório;
a forma mais ereta
obelisco de rocha
forjado pelos ventos
o pênis de atalaia.
Nomes adocicados
alfenim de momentos
rebuçados na língua
e o tempo derretendo
no espaço dos sentidos
nas bocas de um só gozo.
Bem assim frente a frente
se inauguram os sons
aos olhos da surpresa:
E viu para falar
ouviu para dizer
tanta beleza agora
se vai a solidão
na maciez da pele
na relva dos cabelos
na fenda diferente.
E ele a chamou mulher
e sentiu o seu cheiro
e porque era de espanto
foi deitar-se com ela
no verde da campina
descobrindo seus poros
com o tato da língua
numa conversa muda
mas cheia de arrepios
reinventando colinas
na planície da pele.
No lastro das carícias
pesa o rumor dos corpos
com seu barulho de água
no suor represado.
E a vida neste instante
não era a mesma vida:
um tempero de febre
ardia na mudança.
No repouso dos corpos
no embalo da fadiga
vinha a fala alumbrada
palpando a geografia
guiada nas carícias
de dedos alpinistas.
E eles se revezavam
no batismo do corpo
na ablução das salivas
purificando as partes
no sal de suas águas.
A lua em seu modelo
nessas quatro mudanças
serviu para dar nome
aos dois quartos crescentes
bandas de níveas nádegas
com suas duas curvas
claras e tão macias;
colinas e montanhas
desenham os dois seios
com a cor do alabastro,
e a relva dos pentelhos
- o manto da vagina -
raízes de alfazema;
a boca uma romã;
estrelas são os olhos;
os búzios são ouvidos,
e o nariz promontório;
a forma mais ereta
obelisco de rocha
forjado pelos ventos
o pênis de atalaia.
Nomes adocicados
alfenim de momentos
rebuçados na língua
e o tempo derretendo
no espaço dos sentidos
nas bocas de um só gozo.
domingo, 22 de dezembro de 2013
Canto II
Canto II
Tudo era descoberta
no abrir dessas palavras.
E a viagem seguia
construindo-se andaime
de leve arquitetura
nas ogivas das bocas
dos dois que se encantavam
nesse jogo onomástico.
E a mulher que era voz
ainda adormecida
balbuciou nomeando
esse homem fricativo:
– amado meu amado.
Então ele se soube
de pedra amolecida
mas senhor da tarefa.
E olhou-a como nunca
olhara em sua volta:
a íris revelando
o seu contentamento
no semblante de calma
na viva descoberta
do fogo prometido.
Havia agora como
repartir as centelhas
dos olhos revirados.
Apenas construir
um solo de pegadas
no sopro de ocarina
de música tão breve,
que o passo é de nuvens.
Saber-se passageiro
ao lado da parceira
no destino de andar
de ver para fincar
as flechas andarilhas
as palavras certeiras
no chão do transitório.
Então para alargar
o chão dessa morada
e para contentar
os impulsos dos pés
a vontade liberta
de ter aonde ir
no vão dos sonhos soltos
espanando a rotina
dessas favas do tédio
só havia a distância
desse mar dos mistérios
O mar das descobertas:
Ó Thálassa, ó Thálassa!
O mar da poesia
Esse mar do impossível.
no abrir dessas palavras.
E a viagem seguia
construindo-se andaime
de leve arquitetura
nas ogivas das bocas
dos dois que se encantavam
nesse jogo onomástico.
E a mulher que era voz
ainda adormecida
balbuciou nomeando
esse homem fricativo:
– amado meu amado.
Então ele se soube
de pedra amolecida
mas senhor da tarefa.
E olhou-a como nunca
olhara em sua volta:
a íris revelando
o seu contentamento
no semblante de calma
na viva descoberta
do fogo prometido.
Havia agora como
repartir as centelhas
dos olhos revirados.
Apenas construir
um solo de pegadas
no sopro de ocarina
de música tão breve,
que o passo é de nuvens.
Saber-se passageiro
ao lado da parceira
no destino de andar
de ver para fincar
as flechas andarilhas
as palavras certeiras
no chão do transitório.
Então para alargar
o chão dessa morada
e para contentar
os impulsos dos pés
a vontade liberta
de ter aonde ir
no vão dos sonhos soltos
espanando a rotina
dessas favas do tédio
só havia a distância
desse mar dos mistérios
O mar das descobertas:
Ó Thálassa, ó Thálassa!
O mar da poesia
Esse mar do impossível.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Canto III
O dorso que se curva elegante
desenha na memória a leve dança
da bailarina grácil, celebrante
de rito sedutor, que me balança
toda vez que me vejo tão distante,
torcendo meus desejos na lembrança
dos momentos vividos, no constante
aprendizado vasto da mudança.
Posto que a vida corre em curtas curvas,
transitória paisagem, vário atalho
que vai modificando linhas turvas.
Mutante claridade me agasalha:
no casulo do gozo de sussurros
sei-me bicho saído dessa malha.
da bailarina grácil, celebrante
de rito sedutor, que me balança
toda vez que me vejo tão distante,
torcendo meus desejos na lembrança
dos momentos vividos, no constante
aprendizado vasto da mudança.
Posto que a vida corre em curtas curvas,
transitória paisagem, vário atalho
que vai modificando linhas turvas.
Mutante claridade me agasalha:
no casulo do gozo de sussurros
sei-me bicho saído dessa malha.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Canto IV
Meus olhos vão seguindo incendiados
a chama da leveza nesta dança,
que mostra velho sonho acalentado
de ver a bailarina que me alcança
os sentidos em febre, inebriados,
cativos do delírio e dessa trança.
É sonho, eu sei. E chega enevoado
na mantilha macia da lembrança:
o palco antigo, as luzes da ribalta,
renascença da graça do seu corpo,
balé de sedução, mar que me falta
para o mergulho calmo de amante,
que se sabe maduro de esperar
essa viva paixão e seu levante.
que mostra velho sonho acalentado
de ver a bailarina que me alcança
os sentidos em febre, inebriados,
cativos do delírio e dessa trança.
É sonho, eu sei. E chega enevoado
na mantilha macia da lembrança:
o palco antigo, as luzes da ribalta,
renascença da graça do seu corpo,
balé de sedução, mar que me falta
para o mergulho calmo de amante,
que se sabe maduro de esperar
essa viva paixão e seu levante.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Despertar
Do longe
ainda vinha
um som
longo
de luar
e senti
ainda viva
essa noite
a te sonhar
Na janela
que se abria
um pássaro
veio pousar
era hora
era dia
era sol
a despontar
À minha porta
batias
e corri nua
a te abraçar.
um som
longo
de luar
e senti
ainda viva
essa noite
a te sonhar
Na janela
que se abria
um pássaro
veio pousar
era hora
era dia
era sol
a despontar
À minha porta
batias
e corri nua
a te abraçar.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Sonhei comigo
Sonhei comigo
esta noite
Vi-me ao comprido
Deitada
Tinha estrelas
nos cabelos
em meus olhos
madrugadas
Sonhei comigo
esta noite
como queria
ser sonhada
Senti o calor da mão
percorrendo uma guitarra
De loge vinha um gemido
uma voz desabalada
Havia um campo
de trigo
um sol forte
me abrasava.
E acordei
meio sonhando
procurando
me encontrar
Quando me vi
ao espelho
era teu
o meu olhar.
Vi-me ao comprido
Deitada
Tinha estrelas
nos cabelos
em meus olhos
madrugadas
Sonhei comigo
esta noite
como queria
ser sonhada
Senti o calor da mão
percorrendo uma guitarra
De loge vinha um gemido
uma voz desabalada
Havia um campo
de trigo
um sol forte
me abrasava.
E acordei
meio sonhando
procurando
me encontrar
Quando me vi
ao espelho
era teu
o meu olhar.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Prelúdio
A noite era quase dia
e o vento vinha do mar
Soltaram-se teus cabelos
antes mesmo de os tocar
Os olhos ainda fugiam
evitando se encontrar
E teu corpo de tão perto
não me deixava falar
Quanto tempo assim passou
até o céu se dourar...
Na areia quente e macia
Batendo quase em surdina
um só coração se ouvia
embalado pelo mar.
Soltaram-se teus cabelos
antes mesmo de os tocar
Os olhos ainda fugiam
evitando se encontrar
E teu corpo de tão perto
não me deixava falar
Quanto tempo assim passou
até o céu se dourar...
Na areia quente e macia
Batendo quase em surdina
um só coração se ouvia
embalado pelo mar.
domingo, 15 de dezembro de 2013
Poema para os teus seios
Cerro olhos pra não ver,
e mãos pra não apalpar,
e bocas pra não chupar
teus seios.
Desejo beber teu leite,
azeite de oliva branca,
e provar com minha língua
o macio do teu peito.
E se em inútil trabalho
te afasta a blusa de mim,
eu, por inúmeros meios,
cerro olhos para ver
e bocas para chupar
teus seios.
e bocas pra não chupar
teus seios.
Desejo beber teu leite,
azeite de oliva branca,
e provar com minha língua
o macio do teu peito.
E se em inútil trabalho
te afasta a blusa de mim,
eu, por inúmeros meios,
cerro olhos para ver
e bocas para chupar
teus seios.
sábado, 14 de dezembro de 2013
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Pátria: lugar de desventura
A cabou a recessão!", exclamaram, cheios de alegria e tolejo, jornais, rádios e televisões. Ninguém explicou nada a ninguém, e o bulício de regozijo pegou-se. Nos corredores dos ministérios, nas farmácias, nos quartéis, no edifício majestoso onde funciona a Galp, no bloco operatório de Os Lusíadas, o murmúrio adquiriu formas de clamor: "Acabou a recessão!" E Paulo Portas, que gosta de dizer coisas, falou e disse, entre enlevado e libidinoso: "Vai começar um novo ciclo!", sorriu e caminhou, lépido, para o gabinete onde congemina.
Para quem acabou a recessão?, e quais os benefícios que traz ao milhão de desempregados; aos milhares de famílias que recorrem ao Banco Alimentar e à Cáritas para comer; aos reformados e pensionistas, esbulhados dos magríssimos proventos; aos 25 mil casais sem emprego; aos milhares de miúdos que vão para a escola com o estômago vazio; aos cem mil jovens portugueses que abandonaram a pátria porque a pátria é lugar de infortúnio; aos velhos que morrem sozinhos sem ninguém dar por isso, ou espantados de medo nos caixotes de vivos para aonde são enviados por quem os não quer - para quem e para quê?
Bons tempos ou Saudosa maloca
Namoro antigo: titia
na sala bordava um pano,
tomava conta, e ainda havia
entre nós dois... um piano...
Pra se mostrar, a vigia
tocava um rondó cigano,
tão mal, que ela enrubescia,
se rias de algum engano...
Por fim, como despedida,
a mais ousada bravata:
um beijo na minha tez.
E após a tua saída,
eu, titia e mais a gata,
surubávamos as três...
tomava conta, e ainda havia
entre nós dois... um piano...
Pra se mostrar, a vigia
tocava um rondó cigano,
tão mal, que ela enrubescia,
se rias de algum engano...
Por fim, como despedida,
a mais ousada bravata:
um beijo na minha tez.
E após a tua saída,
eu, titia e mais a gata,
surubávamos as três...
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Dos males o menor...
Se te chamo de putinha
sou machista e indecorosa.
No entanto, se não chamo,
você não goza...
No entanto, se não chamo,
você não goza...
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Superheróticos
Enquanto o Incrível Hulk
cresce na parte de cima
verde que nem perereca,
a pobre parte de baixo,
vermelhinha de vergonha,
não rasga nem a cueca.
Já o Homem Invisível
tem um troço tão encolhido
que ganhou este apelido.
E o Homem Aranha? Coitado!
Dia e noite, noite e dia
só na luta contra o mal
deve ter teias no pau...
Êta turminha sem sal!
Não é ridículo?
Ninguém agüenta mais os Super Homens,
com seus cintos de utilidade
e estreitas mentalidades...
Homens com maiúsculos agás,
"gagás".
Chega dos valores desta escala:
muito falo e pouca fala.
Se afinal é preciso mudar tudo,
que se tire então, do homem, o H mudo.
verde que nem perereca,
a pobre parte de baixo,
vermelhinha de vergonha,
não rasga nem a cueca.
Já o Homem Invisível
tem um troço tão encolhido
que ganhou este apelido.
E o Homem Aranha? Coitado!
Dia e noite, noite e dia
só na luta contra o mal
deve ter teias no pau...
Êta turminha sem sal!
Não é ridículo?
Ninguém agüenta mais os Super Homens,
com seus cintos de utilidade
e estreitas mentalidades...
Homens com maiúsculos agás,
"gagás".
Chega dos valores desta escala:
muito falo e pouca fala.
Se afinal é preciso mudar tudo,
que se tire então, do homem, o H mudo.
domingo, 8 de dezembro de 2013
Ó mão direita
Ó mão direita, nobre mão que empunhas
copo, garfo, caneta, mão que escreves,
mão sempre de luto sob as unhas,
mão que catas burriés com gestos breves.
Mão cujos tremores são testemunhas
de longas noites de alegrias breves,
mão que ousas mais do que supunhas,
dócil senhora que tão bem me serves.
Mão, ó esplendor da anatomia,
ó foz de cinco rios de alegria
em cuja água renasço e sou poeta.
Mágica mão que em digital concerto
me alivias às vezes num aperto
fazendo-me, a cappella, uma punheta.
mão sempre de luto sob as unhas,
mão que catas burriés com gestos breves.
Mão cujos tremores são testemunhas
de longas noites de alegrias breves,
mão que ousas mais do que supunhas,
dócil senhora que tão bem me serves.
Mão, ó esplendor da anatomia,
ó foz de cinco rios de alegria
em cuja água renasço e sou poeta.
Mágica mão que em digital concerto
me alivias às vezes num aperto
fazendo-me, a cappella, uma punheta.
sábado, 7 de dezembro de 2013
Longa ia a noite
Longa ia a noite e a mulher sem sono,
incendiada pela treta das novelas,
atirava-se a mim num abandono
que por três vezes me fez ver as estrelas.
Para quem sente a vida em seu outono
e já se cansou de soprar velas.
noite assim é mais prisão que trono,
fonte não de prazer mas de sequelas.
Ora, caía eu nos braços de Morfeu
quando a fera de novo acometeu
gritando - ai! mete mais o teu caralho!
Mas eu que mais não tinha que meter,
quase que a medo, só consegui dizer -
espera um pouco, meu amor, que eu vou ao talho.
atirava-se a mim num abandono
que por três vezes me fez ver as estrelas.
Para quem sente a vida em seu outono
e já se cansou de soprar velas.
noite assim é mais prisão que trono,
fonte não de prazer mas de sequelas.
Ora, caía eu nos braços de Morfeu
quando a fera de novo acometeu
gritando - ai! mete mais o teu caralho!
Mas eu que mais não tinha que meter,
quase que a medo, só consegui dizer -
espera um pouco, meu amor, que eu vou ao talho.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Mandela não conseguiu mudar o mundo mas teve a lucidez de sonhar
11 de Fevereiro de 1990 surge-nos hoje como uma data distante - naquele dia, Nelson Mandela dava os seus primeiros passos em liberdade depois de 27 anos de um castigo que ilustra bem o absurdo e a violência a que o poder ainda sujeita aqueles que lutam contra a sua injustiça. Chega a ser engraçado como o momento em que uma injustiça foi corrigida é testemunhado como um milagre. Ao ver Mandela sair da prisão, o mundo terá dado a si a liberdade de sonhar a mudança, acreditar que há uma outra natureza humana, e que no fim nem sempre prevalece a desigualdade que anima as piores formas de poder.
Vinte e três anos depois, Mandela morre e, se a sua memória há-de embalar "os melhores anjos da nossa natureza", em poucos momentos o mundo se terá sentido tão órfão de um exemplo que pudesse despertá-lo para a mudança que o primeiro presidente negro da África do Sul teve a lucidez de sonhar.
Muitos terão imaginado que com o século xxi e na era da globalização, os vários modelos tribais em que a humanidade se divide, do nacionalismo à religião, da raça, cor e sobretudo do poder económico, acabariam por se diluir num mundo em que as distâncias e o tempo foram relativizados e que permanece em constante comunicação. Evidentemente, isso não se passou. As antigas divisões são hoje mais claras do que nunca e o poder parece cada vez mais permeável a elas.
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