Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A esperança exige luta

Paulo Portas foi num instantinho a Espanha e falou um bocadinho em portunhol. Vi, na televisão, pressurosa a transmitir o magno acontecimento, o chefe do CDS, muito ancho, sorrindo a glória do instante. A cena ocorreu na Convenção do Partido Popular espanhol, e os dirigentes sorriam, não se descortinou se de gozo se de cortesia. Porém, o que Portas disse não foi de molde a suscitar a alegria dos distintos. "Venho trazer-lhes boas notícias de Portugal." O mal-estar foi nítido. Rajoy olhou, apreensivo, para a senhora a seu lado, e o semblante turvou-se--lhe, sobretudo quando o orador asseverou que Portugal estava à beira de ser feliz e muitíssimo livre, com a ida da troika para os limbos.
Está por esclarecer o que deu origem ao facto de Portas substituir Passos no palco da Convenção, porque as regras consuetudinárias exigem a reciprocidade nestes assuntos. Depois, o PSD e o Partido Popular são "irmãos" na Europa e nos desígnios. O CDS, neste caso, é uma excrescência. Aliás, os representantes do PSD estavam remetidos para as filas do fundo. Embalado no contentamento juvenil de dizer coisas que não são exactas, e de ter com a verdade uma relação assaz conflituosa, Paulo Portas esqueceu-se, pouco diplomaticamente, de a Espanha estar a atravessar uma crise gravíssima, sem fim à vista.

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