Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

quarta-feira, 28 de maio de 2014

E agora?

Era presumível, depois da baixa notação das eleições, que António José Seguro tivesse o destino marcado. Mas não era previsível que o bota-abaixo ocorresse a escassas horas da minguada vitória. A verdade é que Seguro não era o homem indicado para as circunstâncias. António Costa sê-lo-á? É uma escolha evidente, e ele próprio manifestou reservas quanto ao resultado da votação e não entrou na pública ufania de Seguro. A estocada final foi desferida por Mário Soares (ontem, em artigo publicado no DN), que não leva desaforo para casa, e fora deliberadamente ignorado pelo pobre secretário-geral, cuja imprevidência, neste e em outros casos, roça a infantilidade.
As eleições para as europeias constituem uma espécie de "primárias" das legislativas, destinadas, historicamente, a tomar o pulso à situação. A direita cá do sítio sofreu um abanão e os semblantes dos seus mais distintos expressavam a dor dos sentidos afectados. Porém, os quatro pontos que separam o PS da Aliança Portugal não podiam deixar de desassossegar quem se interessa pelas regras da arte. No interior do próprio partido ganhador, a bonança não criou morada. E tornou-se cada vez mais evidente que Seguro não era o homem adequado à situação, tanto mais sabendo-se que a coligação já começou a preparar a contra-ofensiva.

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