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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Um congresso


É justificável a euforia de socialistas e afins, no final do XX Congresso do PS. Ao enunciar os princípios do seu projecto, António Costa declinou qualquer associação com o PSD ou com o CDS. Embora não acrescentasse nada acerca de futuras coligações ou entendimentos, a módica afirmação tanto bastou para que Francisco Assis fugisse, espavorido, da magna reunião, sem mesmo usar da palavra, como estava combinado. Assis é a face visível da ala direita do partido, e o sonho mais embalador que acalenta será, acaso, uma união tão estreita entre o PS e o PSD que semelhe um casamento. Seguro, o doce e ameno Seguro, não era contrário a esta ideia fusionista e ia conduzindo o PS às falésias do abismo. A direita exultava, e o carinho com que tratava o meigo adversário não deixava de criar apoquentações nos socialistas que consideravam morganática aquela ligação. Nesse exacto momento, Costa emerge da sombra e do silêncio, apoiado e acicatado pelos socialistas que ainda não haviam deixado totalmente de o ser. Trepa a secretário-geral com a promessa vaga de que o PS ia "mudar". 


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