Footprints - Praia do Castelejo, Vila do Bispo, Algarve

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O dilema


Os nossos sentimentos ambivalentes em relação a José Sócrates não justificam o que o homem tem passado desde a última sexta-feira. Um pequeno biltre, cujo nome quero deixar fora deste texto, por questões de higiene mental, chegou ao ponto de urrar "Aleluia!", na hora da detenção do ex-primeiro-ministro. Mas as humilhações ‘oficiais’ por que passou superam qualquer entendimento. E há perguntas ainda sem resposta, uma das quais acaso mais pertinente do que outras. Sócrates sabia que seria detido logo que chegasse a Lisboa? As indicações levam-nos a acreditar que sim. E não só as fornecidas pela pompa mediática, reveladora de que a informação saíra de fonte judicial para dois jornais. Estes cumpriram o dever que lhes incumbe, embora a correspondência com a ética saia um pouco amolgada. Outra interrogação: as acusações a Sócrates serão mais pesadas e graves do que as que recaem em Ricardo Salgado, o qual vive no regalo da sua ‘villa’, enquanto Sócrates foi recambiado para Évora? Terceira: a presunção de inocência usou do mesmo peso e da mesma medida aplicados a Salgado, ao qual a caução de três milhões, para passear ao ar livre e não ser aferrolhado, chega a ser ultrajante, tomando em conta a fortuna de que se fala?


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