Nos últimos dias do ano, multiplicam-se
os balanços e as listas que destacam o melhor e o pior do calendário
prestes a virar de página. É tempo de perspetivar oportunidades,
formular votos de mudança e de renovação, sonhar projetos e acreditar
que, desta vez, tudo será diferente. Nada no correr das horas se altera,
mas por instantes vivemos como se todas as possibilidades nos fossem
dadas.
O ano de 2015 termina com um novo Governo saído de uma
discutida alteração na forma de interpretar a configuração do
Parlamento. E o de 2016 começa com uma nova campanha e ida às urnas para
escolher o presidente da República. O próximo chefe de Estado poderá
vir a ter um papel crucial, se os equilíbrios que suportam o Governo
socialista se revelarem precários. Mas essa tentação de olhar para Belém
como contrapeso de São Bento não deve enviesar a eleição efetivamente
em causa.
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