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domingo, 4 de dezembro de 2016

As mortalhas da União

A língua tem destas ironias: como a de dar o mesmo nome ao lençol que envolve um cadáver ou à tira de papel fino que embrulha o tabaco num cigarro. Há 75 anos, em plena guerra mundial, foi em mortalhas que se escreveu um dos textos inspiradores da paz e da União Europeia. Detidos na antiga cadeia italiana de alta segurança, no arquipélago de Ventotene, dois antifascistas redigiram um manifesto clandestino que clamava por uma Europa onde os países se unissem em estados federativos, como meio de evitar guerras no futuro. Escrito em papéis de cigarro, o Manifesto de Ventotene haveria de chegar à resistência italiana e daí aos movimentos aliados, como sinal de esperança.

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