Edgar Silva era ainda o padre Edgar quando, no início dos anos 90, 
entrou para as notícias por causa da luta ao lado das crianças de rua do
 Funchal e Câmara de Lobos. O MAC (Movimento do Apostolado das Crianças)
 deu que falar e provocou incómodos na Diocese do Funchal e nos governos
 de Alberto João Jardim. É dele uma das frases que definem bem os 40 
anos de jardinismo: "Na Madeira falta inaugurar as pessoas".
 
O 
agora candidato a presidente da República pelo PCP estava apenas no 
princípio de uma luta que o levaria até a CDU e à Assembleia 
Legislativa. No início da década de 90, as pessoas, as pessoas mais 
carenciadas, os mais pobres e esquecidos eram já a sua prioridade. Pela 
sua ação, as atenções iriam voltar-se para as condições em que viviam as
 crianças de Câmara de Lobos, zona piscatória da Madeira.
 
Muitas 
deixavam as casas dos pais para ir pedir nas ruas do Funchal e o apoio 
aos miúdos das caixinhas, como eram conhecidas, valeu ao então padre 
Edgar o ódio de Jardim, que nessa altura tentava dar da região a imagem 
de um paraíso sem pobres. As posições do jovem padre deixaram também o 
bispo do Funchal numa situação incómoda.
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