photo: rogério barroso. Praia da Torreira.
Poente
Que podes mais dizer-me que não saibas,
Veio do sol sangrada para terra,
Manso esgarçar de névoa refrangida
Entre o azul do mar e o céu vermelho?
Já há tantos poentes na lembrança,
Tantos dedos de fogo sobre as águas,
Que todos se confundem quando, a noite,
Posto o sol, se fecham os teus olhos.
José Saramago, in Os poemas Possíveis
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