Foi num agosto assim quente, com Lisboa desertada para os algarves,
Portugal na CEE, Mário Soares na presidência, Cavaco Silva
primeiro-ministro, as rádios a passarem Jimmy Summerville a cantar Don’t Leave Me This Way,
que Alexandre O’Neill (Xana, entre os amigos) nos deixou. Morreu no dia
21 de agosto de 1986, vítima de um AVC. Tinha 61 anos e uma vida
saudavelmente dissoluta, feita de álcool, tabaco, mulheres, amores,
tascas, pouco dinheiro, muitos livros, um inconsolável sofrimento por
Portugal e uma rara capacidade de rir. De rir sobretudo de si mesmo. Não
era poeta porque escrevia, era poeta porque (vi)via. E se estivesse
aqui dir-nos-ia, só para deixar as coisas em pratos limpos:
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