Interessam-me os rendimentos do presidente da Caixa pela mesmíssima
razão que me levou a querer conhecer o calçado de um dos nossos maiores
goleadores cujo nome não vem ao caso. O atleta tinha o pé mais pequeno
que eu. Calçava o quarenta, posso garanti-lo. E só agucei a curiosidade
pelas suas botas, quando percebi que o sapateiro do clube tinha ordens
para não as mostrar, sobretudo a mim, encarregado que fora de lhe traçar
o perfil que o jornal haveria de publicar. Afinal, o segredo das
chuteiras era de polichinelo: escondia-o debaixo das palmilhas, era um
cromo do Padre Cruz, o beato das suas devoções a quem atribuía a sorte
do golo.
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