Na sua raiz latina, a palavra caridade
deriva de "caritas": amor. Ao longo do tempo, devido à forma crítica de
entender o assistencialismo a quem precisa de ajuda, a palavra foi
ganhando uma conotação negativa. Hoje fala-se em caridade e há quem
sinta um calafrio ou esboce um sorriso trocista. Caridade soa a esmola.
Ao ato de dar sobras ao outro. Perpetuando uma relação de desigualdade e
de dependência.
As palavras nunca são
neutras. E algumas conseguem anular o efeito produzido por ações. Ou
pelo menos contaminá-las. Isabel Jonet tem décadas de dedicação a uma
causa. O Banco Alimentar Contra a Fome tem sido a chave para minimizar
os efeitos da pobreza junto de milhares de famílias. E no entanto lapsos
que alimentaram acesos debates nas redes sociais, à volta do tamanho de
bifes ou do desemprego, colaram-lhe à pele etiquetas injustas.
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